O que precisamos saber sobre eles.

Celebração Votiva – 2 de outubro

CRIAÇÃO, NATUREZA E MISSÃO

O Catecismo da Igreja Católica constitui para nós: o que cremos, o que celebramos, o que vivemos e o que rezamos. A existência dos Anjos é para nós uma verdade de fé (CAT 238): isto é, somos chamados a acolher essa verdade tantas vezes afirmada pelo Magistério da Igreja e pela sã Teologia.

Portanto, nós católicos cremos na existência de Deus como também na existência dos Anjos; não porque sempre é possível através da nossa inteligência humana provar matematicamente o que cremos, uma vez que a lógica humana não é a lógica de Deus. Ter fé é aderir e acolher o pensamento de Deus que chega até nós mediante a Sagrada Escritura, o Magistério, a Tradição, a Teologia e a experiência dos místicos e dos santos.

Os Anjos foram criados à imagem e semelhança de Deus para servi-lo com a sua inteligência e vontade.

Santo Agostinho nos ensina: O Anjo é espírito pelo que é, e Anjo pelo que faz. O nome Anjo significa mensageiro e não identifica a natureza do ser espiritual que ele é, mas a sua função. Desse modo o seu ser é espírito e o seu ofício é Anjo.

Mas então quem são essas criaturas amigas dos homens, mensageiros de Deus em nossa vida?
O Santo Anjo do Senhor serve a Deus, contempla a Sua glória, testemunha, guarda, anuncia e executa a Sua Palavra no governo e conservação do universo.

Serve a Deus também servindo ao Homem.

Um Anjo fiel foi deixado para cada homem, do nascimento à morte, como guardião e núncio dos mistérios para a sua salvação (São Basílio).

“Eles aí estão, desde a criação, e ao longo de toda História da Salvação, anunciando de longe ou de perto essa salvação e servindo ao desígnio divino da sua realização: fecham o paraíso terrestre, protegem Lot, salvam Agar e seu filho, seguram a mão de Abraão, a lei é comunicada por ministério deles, conduzem o povo de Deus, anunciam nascimentos e vocações, assistem os profetas. Finalmente é o Anjo Gabriel que anuncia o nascimento do João Batista e do Próprio Jesus” (CIC, 332). “Desde a Encarnação até a Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é cercada da adoração e do serviço dos anjos. (...) Protegem a infância de Jesus, servem Jesus no deserto, reconfortam-no na agonia, embora tivesse podido ser salvo
por eles da mão dos inimigos, como outrora Israel. São ainda os anjos que evangelizam, anunciando a Boa Nova da Encarnação e da Ressurreição de Cristo. Estarão presentes no retorno de Cristo, que eles anunciam, a serviço do juízo que o próprio Cristo pronunciará” (CIC, 333).

Deus é, portanto, o centro da existência dos Anjos e dos Homens, porque por Ele e para Ele todas as coisas foram feitas, as visíveis e as invisíveis.

COMO SABEMOS, NEM TODOS OS ANJOS FORAM FIÉIS

Os Anjos são criaturas de Deus, nossos irmãos invisíveis, que por amor do Altíssimo velam por nós; cuidam de nós. Guardando-nos de todo mal, levando-nos sempre para o bem e conduzindo-nos nas veredas que nos levam ao encontro com Deus, na experiência profunda da Salvação em Jesus Cristo.

Mas nem todos os Anjos foram fiéis. Tiveram uma prova e optaram pelo orgulho que leva a divisão. A soberba de querer igualar-se a Deus e a inveja do amor de Deus pelos homens fizeram com que alguns deles livremente e aderindo à rebeldia de Lúcifer, se desviassem do amor divino e se opusessem a Cristo e, por consequência, à Maria, Mãe do Filho de Deus e aos homens que são Seus irmãos.

Conhecemos a história: esses são os anjos rebeldes ou demônios, aqueles que se revoltaram contra Deus e perderam seu brilho, a beleza de sua natureza. Eram perfeitos e de visão de beatitude enquanto estiveram na presença do Deus Altíssimo, mas quando se afastaram de Deus perderam a beleza do Criador e se tornaram demônios precipitados no inferno que sob a liderança de Satanás vivem por fazer perder almas, levando-as ao pecado e a eternidade sem Deus.

De acordo com a Palavra de Deus e segundo os ricos ensinamentos deixados por São Tomás de Aquino podemos afirmar que os anjos caídos vieram das ordens dos Querubins, Potestades e Principados. Mas mesmo assim “em tudo somos mais que vencedores em Cristo Jesus”.

Os Anjos de Deus caminham conosco, defendendo-nos no combate de cada dia para saborearmos já aqui na terra a vitória conquistada por Jesus Cristo. Os que estão conosco, são maiores, são melhores e mais numerosos dos que estão com eles, diz a Escritura.

QUEM SÃO OS ANJOS?

Natureza

Segundo São Tomás de Aquino, Anjo é uma criatura espiritual única diante de Deus, dotada de dons naturais que recebeu em sua criação. Mas ainda assim é um ser criado, portanto limitado, apesar de ser imaterial, incorpóreo, imortal e incorruptível.

Assim, tudo que é inerente ou dependa de um corpo, não faz parte natureza de um Anjo, tal como: nutrir-se (Tb 12, 15-19), respirar, locomover, descansar e gerar sexualmente, unindo-se a outro corpo.

Dessa maneira, o Anjo, além de ser uma criatura puramente espiritual é também um ser pessoal, bom por natureza, nominalmente conhecido por Deus.

Um espírito subsistente que possui intelecto, vontade, liberdade, capaz de comunicar seu pensamento a outro Anjo, por meio da sua vontade. Comunicação com outro Anjo - A distância local em nada intervém na comunicação dos Anjos. Comunica-se com outro, quando, por exemplo, um Anjo superior fala ao inferior e o ilumina, ou quando um inferior fala ao superior e aprende dele o que precisa. Um anjo comunica-se com Deus para consultá-Lo ou admirá-Lo.

Faculdade - Amar

O amor pela criatura produz nela um amor semelhante ao do Criador.

Com o seu “sim” o Anjo converteu todo seu entender, querer e agir para este amor. Com o seu “não” ironizou o ódio e tornou-se o maior adversário do amor.

Todo Anjo, seja bom ou mal, tem a capacidade de entender, querer, decidir e escolher simultânea, direta de sentir, uma única vez definitiva e perfeitamente uma ou muitas coisas como elas são, sem sentir, emocionar-se, abstrair ou raciocinar.

O que diferencia a alma humana do espírito angélico (anjo mal) é que a alma humana tem o estado de corrupção pelo pecado que poderá ser revertido sempre que há arrependimento e contrição através do sacramento da confissão. Enquanto os anjos decaídos pelo seu não livre diante de Deus possuem sua natureza corrompida, sem volta, sem que possam fazer qualquer coisa para reverter essa situação. O demônio não escolheu sem conhecer o amor de Deus, mas ao contrário teve em si a experiência desse amor em sua criação.

A HIERARQUIA CELESTIAL DOS ANJOS - A Hierarquia é o governo sagrado

São Tomás de Aquino nos ensina que: “A própria razão de hierarquia requer a diversidade de ordens de acordo com os diferentes ofícios e atividades de cada natureza pertencente a uma hierarquia, e que uma é superior, outra é média e outra inferior.”

Uma Ordem Angélica é uma multidão de Anjos que se assemelham em virtude de alguma perfeição, graça recebida e a comum participação nos dons naturais.

Cada ordem é denominada de acordo com as suas propriedades, ou seja, em razão das suas perfeições próprias. Estes graus de perfeição que distinguem as ordens entre si, dentro de cada hierarquia, estão suficientemente justificados se sempre tiverem em conta a ordem Trinitária expressa em toda a criação.

A Hierarquia Celeste assim estabelece que os Coros Angélicos (ou Ordens) encontram-se agrupados em três hierarquias;

Primeira Hierarquia - se divide em três ordens:

1ª – Serafins (ardor caritativo: imagem do amor divino)

2ª – Querubins (plenitude de ciência: imagem da sabedoria divina)

3ª – Tronos (assento de Deus: compreende o juízo divino)

Segunda Hierarquia - se divide em três ordens:

1ª – Dominação (governo dos próprios anjos: domina e distingue o que fazer)

2ª – Virtude (executa a ordem da dominação com relação à natureza física)

3ª – Potestade (ocupa-se do combate aos anjos caídos)

Terceira Hierarquia - se divide em três ordens:

1ª – Principado (guia na execução dos atos e dirige os destinos das nações)

2ª – Arcanjo (anuncia importantes missões aos homens e guarda as pessoas que desempenham importantes funções para a glória de Deus, como o papa, os bispos, os sacerdotes e os líderes leigos)

3ª – Anjo (anuncia, comunica e protege individualmente cada homem)

OBS: Os Santos Arcanjos: Miguel, Gabriel e Rafael, vejam o texto na página referente aos Patronos.
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