Nossa Senhora das Graças é um dos muitos títulos atribuídos à Virgem Maria e também um dos mais invocados pelo povo de Deus. Você com certeza já viu a medalha milagrosa na companhia de alguém. Pois saiba que há uma história de fé por trás dela.
Uma aparição é mais um momento que nos conduz à conversão através da experiência pessoal com Deus. E assim, Nossa Senhora insiste em nos mostrar o caminho da salvação, como em Caná da Galiléia, quando disse:
“Façam tudo o que ele disser” (cf. Jo 2).
Por isso, preparamos este post a fim de que você possa conhecer a história da devoção à Nossa Senhora das Graças e assim renovar a fé nos sinais divinos. Confira!
Primeiramente, para falarmos sobre a aparição de Nossa Senhora das Graças, vamos até o século XIX (1806), para conhecer uma criança chamada Catarina Labouré, nascida na França, que perdeu sua mãe aos 9 anos.
Depois que ficou órfã, Catarina abraçou a imagem de Nossa Senhora e disse: “Agora vós sereis minha Mãe” e a Virgem, como sempre afetuosa, não deixou sua filha sozinha. Pouco depois, Catarina sonhou com um idoso que lhe disse: “Deus tem desígnios sobre ti”.
Para sua surpresa, aos 18 anos, quando visitava o convento das Filhas da Caridade, reconheceu de maneira idêntica, na Imagem de São Vicente de Paulo, fundador da congregação, o idoso do seu sonho. E ali decidiu seguir a vida religiosa.
Assim começa a história de Santa Catarina de Labouré e Nossa Senhora das Graças, quando em 1830, na França a noviça da Congregação de São Vicente de Paulo vai até à capela impelida para rezar, e tem a visão de uma mulher esplêndida.
Nossa Senhora apareceu três vezes para a jovem Catarina. A primeira aparição aconteceu na noite do dia 18 para o dia 19 de julho de 1830, quando Nossa Senhora revelou a Santa Catarina grandes sofrimentos e perseguições que aconteceriam na França.
Similarmente aconteceu a segunda aparição no dia 27 de novembro de 1830. A santa Mãe de Deus apareceu vestida de seda branca, com um véu branco descendo até a barra de seu vestido, com os pés apoiados sobre a metade de um globo e esmagavam uma serpente.
Logo depois, em torno da Virgem, aparece um quadro oval no alto, na qual estavam escritas em letras de ouro:
“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.
Estas palavras confirmaram então o dogma de que Nossa Senhora é concebida sem o pecado original.
Posteriormente, em dezembro de 1830, a Virgem Maria aparece pela terceira vez, apresentando a Santa Catarina raios luminosos, dessa vez junto ao tabernáculo, e lhe confirma sua missão de cunhar a medalha. Em 8 de dezembro de 1854, Pio IX proclama o dogma da Imaculada Conceição.
Em todas as aparições, Nossa Senhora das Graças mostrou-se à Santa Catarina, que descreveu a imagem da Virgem com detalhes.
Catarina disse que viu uma senhora de mediana estatura, de rosto muito belo e formoso, em pé, com um vestido de seda, cor de branco-aurora; a cabeça coberta por um véu azul, que descia até os pés; as mãos estendidas para a terra, cheios de anéis preciosos
Em volta de Nossa Senhora, um quadro oval, em que se liam, em letras de ouro, “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós”. Por trás do quadro, a letra M, com uma cruz em cima.
Enquanto que por baixo apareciam os Sagrados Corações de Jesus e de Maria. O de Jesus, cercado por uma coroa de espinhos e a arder em chamas, e o de Maria também em chamas e atravessado por uma espada, cercado de doze estrelas.
Ao mesmo tempo, ela ouviu a voz da Senhora a dizer-lhe:
“Manda cunhar uma medalha por este modelo. As pessoas que a trouxerem, com devoção, hão de receber muitas graças”.
A devoção a Nossa Senhora das Graças e a “Medalha Milagrosa”, como ficou conhecida entre os povos, espalhou-se rapidamente. Mas também os milagres e prodígios, como prometeu a Virgem Maria àqueles que usarem devotamente a sua medalha:
“Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças”.
Com a aprovação eclesiástica, as medalhas foram confeccionadas e distribuídas, inicialmente na França, e mais tarde pelo mundo todo.
Contudo, a medalha é um sinal, mas ela sozinha não realiza milagres. Agora, a fé e a oração, que acompanham a devoção, mudam a nossa vida e nos faz voltar o coração para Deus, o grande desejo de Nossa Senhora em todas as suas aparições: nossa conversão.
Há, em todas as aparições de Nossa Senhora das Graças, uma descrição que não se pode esquecer: de suas mãos saiam tantos raios que ela não podia levantar os braços em louvor, e foi a própria Senhora quem disse:
“Os raios são o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que me pedem.
Os mais espessos correspondem às graças que as pessoas se recordam de pedir.
Os raios mais finos correspondem às graças que as pessoas não se lembram de pedir.
Tenho muitas e muitas graças para dar à humanidade, mas as pessoas não mas pedem”.
Assim, existem muitas bênçãos guardadas para cada pessoa no coração de Deus e nas mãos da Virgem das Graças! Para isso, basta acreditar, rezar e pedir.
As aparições de Nossa Senhora, bem como as suas promessas, são provas de que Deus nunca desiste de nós.
Foi então que em 1894, papa Leão XIII concede a todas as Dioceses da França a festa na Manifestação da Virgem Imaculada, chamada de “Medalha Milagrosa”, a ser celebrada no dia 27 de novembro.
Logo, em julho de 1897, papa Leão XIII, por meio de seu legado, coroou solenemente a imagem da Medalha Milagrosa. Agora, resta-nos honrar nossa Senhora das Graças com nossa orações e súplicas por graças nunca pedidas antes:
“Sim, ó Virgem Santa, não esqueçais as tristezas desta terra; lançai um olhar de vontade aos que estão no sofrimento, aos que não cessam de provar o cálice das amarguras da vida. Tende piedade dos que se amam e que estão separados pela discórdia, pela doença, pelo cárcere, exílio ou morte. Tende piedade dos que choram, dos que suplicam, e dai a todos o conforto, a esperança e a paz!
Tende piedade também de mim e atendei, pois, a minha humilde súplica (faça seu pedido) e alcançai-me as graças que agora fervorosamente vos peço por intermédio de vossa santa Medalha Milagrosa! Amém”.
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