Celebrar São João Paulo II, cuja festa recordamos no dia 22 de outubro, é mais do que apenas homenagear um dos maiores pontífices da história. É reavivar em nós a chama de uma Igreja missionária, corajosa e, acima de tudo, acolhedora. O “Papa Peregrino”, que foi ao encontro de povos e culturas nos cantos mais distantes do planeta, nos deixou um testemunho vivo de que a fé não se vive entre quatro paredes, mas no encontro.
Para nós, da Comunidade Santos Anjos, São João Paulo II não é apenas um santo de devoção; ele é um patrono, um pai e um intercessor. Sua vida e seu pontificado moldaram a geração que viu nossa Comunidade nascer, e seu exemplo continua a ser uma bússola para a nossa vocação. Mas por que ele, em meio a tantos santos, nos inspira tão diretamente?
Por que São João Paulo II é patrono da Comunidade Santos Anjos?
Nossa Comunidade nasceu em 1993, sob o olhar atento e o coração missionário de São João Paulo II. Respiramos os ares da “Nova Evangelização” que ele tanto impulsionou, um chamado para anunciar o Evangelho com novo ardor, novos métodos e novas expressões.
Além disso, a espiritualidade marcadamente mariana do Papa polonês, resumida em seu lema “Totus Tuus” (Todo Teu), ecoa profundamente em nosso carisma. Nós, que vivemos da contemplação do Mistério da Anunciação, vemos em São João Paulo II o homem que se fez “servo”, assim como Maria. Ele foi o Papa que abriu as portas para as Novas Comunidades, como a nossa, enxergando nelas a “primavera da Igreja”.
Portanto, seu legado missionário é o alicerce que orienta nosso chamado fundamental: “revelar ao mundo o Rosto do Cristo Acolhedor”. Honramos sua memória porque sua vida nos ensinou como se faz a missão de acolher.
3 chaves do legado de São João Paulo II para uma Igreja que acolhe
O legado missionário de São João Paulo II é vasto, mas podemos destacar três pilares que fundamentam uma verdadeira missão de acolher e que são essenciais para a vocação e evangelização hoje.
1. A coragem missionária
A primeira palavra de seu pontificado ressoa até hoje: “Não tenham medo! Abram, melhor, escancarem as portas para Cristo!”.
Esse “não ter medo” foi o motor de sua missão. Ele não teve medo de dialogar com os jovens (criando a JMJ), de visitar países em conflito ou de beijar o solo de nações que nunca tinham recebido um Papa. Acolher exige coragem. Exige que saiamos das nossas zonas de conforto para ir onde o outro está, sem medo de nos “contaminarmos” com suas dores.
2. A ternura e a proximidade
Apesar de ser um gigante intelectual e um líder mundial, São João Paulo II nunca perdeu a ternura. Ele abraçava os enfermos, ouvia os jovens com paciência de pai, e seus gestos de carinho quebravam protocolos.
Ele ensinou ao mundo que o acolhimento não é um ato burocrático, mas um gesto de proximidade e compaixão. É olhar nos olhos, tocar as feridas e dizer: “Você é importante para Deus e para mim”. Isso é a essência do nosso “acolhimento restaurador”.
3. O anúncio com a própria vida
Mais do que seus discursos, sua vida foi o maior anúncio. Especialmente em seus últimos anos, marcados pela fragilidade do Parkinson, São João Paulo II evangelizou desde a cruz.
Ele mostrou ao mundo que o valor da vida não está na eficiência ou na força, mas no amor. Ele viveu o que pregou. A missão de acolher só é autêntica quando nasce de um coração que se deixa moldar por Cristo, tanto na alegria da missão quanto na dor da enfermidade.
5 atitudes práticas para viver a missão de acolher no cotidiano
Inspirados por esse grande santo, como podemos, na prática, tornar nosso dia a dia mais missionário e acolhedor?
- Ouça antes de falar: O acolhimento começa pelos ouvidos. Em um mundo cheio de opiniões, reserve um tempo para realmente escutar a história do outro, sem julgamentos.
- Quebre a indiferença: Cumprimente o vizinho, o porteiro, o colega de trabalho que sempre está sozinho. Um simples “bom dia” pode ser a primeira porta aberta para o Cristo Acolhedor.
- Reze por quem está distante: A missão começa de joelhos. Interceda por aqueles que você sabe que estão sofrendo ou afastados da fé.
- Use a tecnologia para evangelizar: São João Paulo II foi um mestre da comunicação. Use suas redes sociais não para discutir, mas para partilhar esperança, beleza e formação.
- Testemunhe com alegria (e na fraqueza): Não tenha medo de mostrar sua fé, mas faça-o com alegria. E quando estiver fraco, não tenha medo de mostrar que é a graça de Deus que o sustenta.

Frases de São João Paulo II para rezar e anunciar
As frases de São João Paulo II são verdadeiras setas para a alma. Elas nos ajudam a focar em nossa vocação e evangelização.
- 1. “A pior prisão é um coração fechado.”
- Reflexão: Muitas vezes, pedimos a Deus que mude os outros, mas a verdadeira missão de acolher começa quando permitimos que Deus alargue nosso próprio coração para caber quem é diferente.
- 2. “A missão de Cristo Redentor, confiada à Igreja, está ainda bem longe do seu pleno cumprimento.” (Redemptoris Missio, 1)
- Reflexão: Isso nos lembra da urgência da missão. Não podemos nos acomodar. O acolhimento é para hoje, pois ainda há muitos corações que não conhecem o amor de Deus.
- 3. “O futuro da humanidade passa pela família.”
- Reflexão: O primeiro lugar da missão de acolher é a nossa casa. É no lar que aprendemos a amar, perdoar e servir.
- 4. “Não há paz sem justiça, não há justiça sem perdão.”
- Reflexão: O acolhimento restaura. Não podemos acolher verdadeiramente alguém se guardamos mágoas. O perdão é a ponte que Deus constrói para que possamos nos encontrar.
Como participar do ASA – Amigos Santos Anjos
Viver essa vocação e evangelização que São João Paulo II tanto nos inspirou não é um caminho solitário. A Comunidade Santos Anjos deseja viver na Igreja o ideal de comunidade cristã, partilhando a vida e colaborando com todos que desejam estreitar seus vínculos de fraternidade conosco.
Dentro dessa família, existe um Ramo Vocacional muito especial: o ASA – Amigos Santos Anjos.
O ASA é o caminho pensado para acolher e formar missionários que se identificam profundamente com a espiritualidade e o Carisma Santos Anjos — um carisma que nasce na corrente de graça da Renovação Carismática Católica. É um lugar para você que se sente atraído pela nossa maneira de viver o Evangelho, mas que, por sua vocação pessoal ou circunstâncias de vida, não pode ou não deseja assumir o Compromisso total como um consagrado.
O que é preciso para ser um “Amigo Santos Anjos”? Acima de tudo, uma grande motivação missionária. O ASA é formado por pessoas que, na dimensão de suas possibilidades, sentem o chamado para contribuir com esta Obra e ajudar a revelar o Rosto do Cristo Acolhedor.
Para pertencer a este Ramo Vocacional, o caminho é sério e formativo. O processo funciona assim:
- Formação Inicial: O interessado é convidado a viver um período de 4 (quatro) meses de formação, com encontros sobre temas específicos do nosso carisma e espiritualidade.
- Discernimento: Após a conclusão dessa formação, a coordenação, junto com você, irá discernir os sinais desse chamado.
- O Ingresso: Confirmada a vocação, o ingresso no ASA acontece durante uma Celebração Eucarística. Nesta ocasião, o novo membro assume os Vínculos de Pertença e recebe a “Medalha Santos Anjos”, que é o sinal exterior dessa aliança de amizade e missão.
Esses irmãos e irmãs são uma parte vital da nossa família. O ASA é um vínculo de amizade que o próprio Espírito Santo faz acontecer, unindo corações que desejam servir a Deus conosco.
Próximo passo: caminhar com a Comunidade Santos Anjos
Acolher é um verbo que exige ação. Se este texto tocou seu coração e você deseja discernir o seu lugar nesta missão, queremos conversar com você.
Não deixe que o medo apague esse chamado. Dê o seu “sim”, como Maria e como São João Paulo II. Entre em contato conosco pelo WhatsApp e saiba mais sobre como você pode ser um Amigo Santos Anjos (ASA) e transformar sua fé em ação missionária.
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